Em busca de um estilo de vida mais saudável, os chineses estão mudando os hábitos alimentícios. Quando o assunto é chocolate, prevalece o consumo das versões mais saudáveis. O mercado de chocolate na China cresceu para produtos com alto percentual de cacau, com adoçantes e sem açúcar; abrindo assim o leque de oportunidade para o chocolate e suas matérias-primas no comércio.
Outro fato interessante é que, no país, o chocolate tem uma conotação diferente do Ocidente, que merece abordagens comerciais diferentes. No Dia dos Namorados, por exemplo, presentear com bombons finos, como fazemos no Brasil, não tem o mesmo significado ou apelo. Os chocolates não são mais considerados surpresas com valor agregado, a não ser que sejam dados junto com outros presentes, como um mimo complementar, que pode ser vendido em qualquer data especial.
Como surgiu o chocolate na China?
A grande massa dos consumidores chineses conheceu pela primeira vez o chocolate quando as marcas estrangeiras entraram no mercado nas décadas de 80 e 90. Antes disso, a China havia importado cerca de 30 linhas de produção de chocolate do exterior, mas nenhuma cresceu em grande escala.
Logo depois, o chocolate estrangeiro chegou no mercado chinês. Devido ao seu frescor diferente, eram conhecidos como presentes dos deuses e os consumidores tinham grande entusiasmo em comprá-lo. Os dados mostram que, antes de 2015, as vendas internas conseguiram manter um crescimento por muitos anos consecutivos. As marcas estrangeiras dominam o mercado de chocolate na China por trazerem lançamentos e produtos diferenciados.
Mercado de chocolate na China: marcas estrangeiras que ganharam o mercado
De acordo com estatísticas, as cinco principais marcas do mercado de chocolate na China são todas estrangeiras, e as três principais são: Mars, Ferrero e Nestlé. Juntas, ultrapassam 60% de participação no comércio.
Em termos de marcas, a Dove Chocolate, subsidiária da Mars, que entrou na China em 1989, é a marca com maior participação de mercado há muitos anos. A Dove ganhou o coração do povo chinês com várias ações de marketing, entre elas:
- Usando slogan atrativo “Desfrute da maciez”;
- Pontos de vendas chamados “Doyouloveme”;
- Contratando modelos famosas para divulgar os chocolates.
A Dove também tem produtos similares que são bem vendidos na China; todos são afiliados à American Mars Company, com produtos que já representam 50% do mercado da China.
Concorrente da Mars, a marca italiana Ferrero se concentra em séries de alta qualidade. Em formato de bola de ouro, seus chocolates são escolhidos para presentear em casamentos. Sua participação de mercado chegou a 16% em 2016. Já a marca americana Hershey entrou na China em 1995, e também chamou a atenção por seu estilo. No mesmo ano, chegou ao mercado a marca britânica Cadbury.
Mercado de chocolate na China: marcas chinesas
Embora hoje não sejam frequentemente vistas no mercado de chocolate da China, as marcas chinesas não demoraram para chegar. A Jindi foi criada em 1990 e lançou produtos de chocolate em 1991. Através do método de venda direta de filiais em várias cidades, a marca rapidamente se espalhou por toda a China. Em 2012, Jindi alcançou vendas de cerca de 600 milhões de yuans, a melhor época da empresa.
Outra marca chinesa é a Golden Monkey, que nasceu em 1992 e se desenvolveu bem no início. No seu auge, já havia mais de 2.000 distribuidores com vendas anuais de quase 1,5 bilhões de yuans.
No entanto, dados do mercado chinês mostram que, a partir de 2015, as vendas de chocolate começaram a cair. Isso também pode ser constatado na operação da Hershey. De acordo com relatório financeiro, em 2014 as vendas líquidas de chocolate da empresa cresciam; porém, um ano depois, caíram 11% no varejo. Nos anos de 2016 e 2017, as vendas líquidas caíram para 0,3% e 18,1% respectivamente. Em 2020, as vendas da Hershey caíram drasticamente na China, totalizando 46%.
As marcas chinesas também tiveram contratempos. Jindi, que foi vendido à COFCO, foi perdendo espaço no mercado devido à má gestão; a Golden Monkey foi adquirida pela Hershey, e depois vendida porque o rendimento não atendeu às expectativas.
Para os consumidores chineses, o chocolate deixou de ser um produto de luxo e símbolo do amor, transformando-se em um produto comum, gradualmente abandonado por alguns consumidores.
Mercado de chocolate na China hoje
Atualmente os chocolates boutique são bem vendidos e os negócios estão crescendo, principalmente nas plataformas de e-commerce como Taobao, JD e Tianmao.
No Dia dos Namorados, receber chocolates é algo comum, porém os chineses gostam de dar outros presentes junto com chocolates, agregando valor ao que foi presenteado. Isso mostra que o cenário mercadológico é diferente nos países. No Brasil, por exemplo, o chocolate Godiva é um produto de luxo, já na China é consumido pela classe média.
Mercado de chocolate na China: oportunidade de negócios
Chocolates com menos açúcar têm ganhado o mercado
A busca por um estilo de vida saudável transformou o mercado consumidor, não só pela busca de chocolate com menos açúcar, mas sim em toda a indústria alimentícia. Cuidar da saúde é tendência e cada vez mais pessoas têm aderido ao consumo de produtos saudáveis. Os chineses aumentaram o consumo de chocolates zero açúcar, com adoçante e com alto percentual de cacau. O mercado de chocolate na China está em ascensão e é uma oportunidade de mercado promissor.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o excesso de açúcar é uma das razões para a prevalência de obesidade, diabetes, hipertensão e muitas outras doenças. Para controlar e inibir o consumo de açúcar das pessoas, muitos países europeus e americanos começaram a impor um imposto sobre produtos açucarados.
Com a ascensão do conceito de saúde, a tendência “sem açúcar” prevalece no mundo e o uso de sacarose está em queda. Os dados mostram que de 2019 a 2020, as vendas de açúcar na China caíram cerca de 10% em relação aos anos de 2006 e 2007.
Cacau: o segredo do bom chocolate
O grão de cacau, uma das principais matérias-primas do chocolate, é um alimento relativamente caro e saudável. O chocolate escuro, com alto teor de cacau, é o mais benéfico para a saúde. Estudos mostram que comer uma quantidade moderada de chocolate amargo melhora o metabolismo, reduz a pressão arterial e protege o coração. Já o chocolate ao leite, rico em açúcar e calorias, não é saudável.
O cacau é rico em flavonóides, tem função anti-inflamatória e antioxidante, que ajuda na prevenção de diversas doenças crônicas e cardiovasculares, melhora o humor e ajuda a regular o nível de açúcar no sangue. São muitos os benefícios do cacau, que se tornou uma nova tendência na indústria.
Segundo o Jet’s Chocolate Lab, concurso que analisa chocolates finos, a diferença entre o chocolate de alta qualidade para um industrial tradicional são os grãos de cacau utilizados, que podem ser rastreados e selecionados desde a fonte. O objetivo é obter o chocolate que melhor reflete o sabor original do cacau, com melhores matérias-primas e uma elaboração mais cuidadosa.
Estudos da Euromonitor mostram o aumento do consumo de chocolate sem açúcar. A taxa de crescimento anual composta das vendas totais no varejo global de chocolate saudável atingiu 2,6% nos anos de 2016 a 2021, enquanto a categoria de confeitaria comum de chocolate foi de apenas 1,3% no mesmo período.
Mercado de chocolate na China: excelente opção de negócio
Como visto, o mercado de chocolate na China está crescendo e é uma excelente opção de negócio. Mas, para explorar oportunidades neste segmento, é preciso se aprofundar neste mercado e entender a fundo o comportamento de consumo dos chineses, o que os motiva a comprar o produto e o que eles valorizam.
Tem interesse em exportar para o mercado asiático? A Serpa China pode te ajudar a fazer bons negócios com a China, seja qual for seu objetivo. Entre em contato e saiba como podemos ajudar você.