Nas últimas décadas, o mercado da China vem passando por um processo de abertura ao comércio exterior e investimentos internacionais. Aliado a isso, o governo chinês tem destinado pesados recursos a investimentos em aumento da produtividade e modernização da infraestrutura.
Como resultado, a China tem apresentado um histórico de sólido crescimento econômico e abriga hoje algumas das maiores empresas do planeta.
O ganho de competitividade e a expansão acelerada transformaram a China em um ambiente fértil de negócios, com amplas oportunidades para investidores internacionais.
Não é por acaso que cada vez mais investidores, no Brasil e no resto do mundo, vêm procurando informações sobre como investir na China, para aproveitar esse crescimento. Confira!
O Walmart e o e-commerce
O Walmart está na China há 26 anos como o maior varejista de cadeia do mundo. Ele foi um exemplo de aprendizado coletivo para toda a China, sendo imitado por várias empresas locais de varejo no país.
Mas o impacto do e-commerce, novas atualizações de consumo interno, o novo formato do mercado de varejo e o ambiente competitivo da China o pressionaram a fazer mudanças drásticas nos últimos 10 anos.
Em 2019, a empresa chinesa Suning, que é uma das maiores varejistas não governamentais da China, com sede em Nanjing, adquiriu uma participação de 80% no Carrefour China. A Suning tem mais de 10 mil lojas em todo o país e sua plataforma de e-commerce, a Suning.com, está entre as três principais empresas B2C chinesas.
A Walmart fechou mais de 50 lojas entre 2020 e 2021 pelo impacto da pandemia.
O número de lojas encolheu acentuadamente, mas, apesar disso, o desempenho manteve o crescimento de dois dígitos, pelo importante aumento de receita que vem dos negócios de comércio eletrônico.
De acordo com a Walmart, o ambiente de consumo de e-commerce da China é mais desenvolvido do que nos Estados Unidos e outros países, e é o campo de testes mais importante do Walmart no mundo.
Em 2011 e 2015, a Walmart adquiriu a participação total em um supermercado online na China, conhecido como “Yihaodian” (fundado em julho de 2008, é uma plataforma B-C para fazer compras online). Em 2016, o Walmart escolheu JD.com (também conhecida como Jingdong, trata-se de uma empresa chinesa de comércio eletrônico) como seu parceiro comercial. A JD.com tem vantagens de entrega rápida, realizando entregas dentro de uma hora para todo o país.
E, finalmente, após 25 anos de entrada na China, o Sam’s Club, clube de compras do grupo Walmart, encontrou a sua melhor performance de crescimento. As compras são realizadas mediante um cadastramento pago anualmente, podendo ser físico ou jurídico.
O número total de lojas do Sam’s Club chegou a 36 em 2021, que é três vezes o tamanho das lojas em 2015. Nos próximos dois anos, o ritmo de abertura de novas loja do Sam’s Club será ainda mais acelerado, sendo que a nova escala está prevista para atingir cerca de 23.
Também em 2021, o número de cadastros pagos do Sam’s Club ultrapassou 4 milhões na China. O Sam’s Club levou 21 anos para ter o seu primeiro “1 milhão de cadastros”. O segundo milhão foi encurtado para três anos e, depois, em dois anos, ganhou o terceiro milhão, levando alguns meses para conquistar seu quarto milhão de cadastros.
L’Oréal: investimento na indústria chinesa de beleza e saúde
Em 8 de maio de 2022, o L’Oréal Group assinou um contrato com a empresa chinesa Oriental Beauty Valley Enterprise Group Shanghai E-Commerce Co., Ltd., uma estatal dedicada à indústria de beleza e saúde, que fornece aos consumidores beleza profissional e soluções de saúde que integram diagnóstico de pele e guia de compras de beleza personalizado.
Essa aliança com o governo demonstra veementemente a confiança e a atenção ao mercado chinês,e essa tem sido a estratégia consistente do grupo de beleza francês na China.
Em 2016, a marca Maybelline, uma empresa estadunidense de cosméticos que pertence, desde 1996, à multinacional francesa L’Oréal, realizou seu primeiro evento ao vivo com celebridades, e Angelababy, modelo, atriz e cantora chinesa, vendeu 10 mil batons na transmissão ao vivo de duas horas.
Em 2018, foi a primeira empresa diária de bens químicos a confirmar sua participação no primeiro CIIE, tendo atuado como presidente do Conselho da Aliança Expositora já por quase três anos consecutivos. Em 2021, criou um centro de tecnologia de beleza em Xangai, sendo um total de três no mundo, e tornará a cidade a sede do Grupo no norte da Ásia. Sem dúvidas, nos últimos anos, a beleza tem sido uma categoria de estrela no mercado chinês!
De acordo com a L’Oréal China, que vem mantendo um crescimento de um dígito por três anos consecutivos, desde 2014, “os consumidores são mais exigentes, não se importam de qual país a marca vem, desde que o produto seja projetado para eles, isso é mais importante”. Fato é que a L’Oréal adaptou sua estratégia para ser rápida.
A L’Oréal também mantém a taxa de lançar de 2 a 3 novas marcas no mercado chinês a cada ano.
Coca-Cola: oferta de bebidas de todas as categorias
Todas as indústrias estão aumentando a velocidade de interação no mercado chinês, e a inovação de produtos é o desempenho mais óbvio.
No verão de 2022, na China, a plataforma Coca-Cola Creations apresentou novos produtos e experiências nos mundos físico e digital: a nova Coca-Cola Zero Sugar Byte, o primeiro sabor inspirado no Metaverso. O refrigerante Byte já existia no universo virtual e só agora virá para o mundo real. De acordo com a empresa, “o sabor brilhante e inicial da bebida lembra o poder de um jogo, e seu acabamento refrescante é um companheiro de jogo perfeito”.
O Grupo Coca-Cola, nos últimos dois anos, está entrando na moda dos coquetéis em lata com versões alcoólicas mistas gaseificadas. O objetivo é cair nas graças de quem não está a fim nem de cerveja, nem de Coca-Cola e demais refrigerantes. Compram briga também com o gim-tônica, hoje já encontrado em latinhas e mais uma ameaça ao reinado das cervejas, e com outros drinques refrescantes.
Em aliança com a Mengniu, empresa chinesa sediada na Mongólia Interior, que atua na fabricação e distribuição de laticínios e sorvetes, surge a marca Fairlife. O leite vem em cinco sabores: gordura reduzida, chocolate, morango, sem gordura e leite integral. Em essência, é a personificação da implementação global da Coca-Cola em ter a “estratégia de bebidas de todas as categorias”.
IKEA: a migração do offline para o online
Infelizmente, depois de 24 anos, desde que entrou na China pela primeira vez, a empresa IKEA fechou sua loja da cidade de Guiyang, em 1º de abril de 2022, e, em 7 de julho do mesmo ano, fechou outra em Xangai.
Os planos da IKEA para a China eram muito conservadores. A transformação digital começou tarde: embora, já em 2013, a IKEA China começou a desenvolver canais online, foi só em 2018 que o serviço de shopping online foi oficialmente desembarcado, e o e-commerce omnichannel foi impulsionado pela pandemia para realmente dar maiores passos.
Em novembro de 2018, a IKEA lançou sua primeira loja de experiência em Pequim, testando a integração do online e offline. Específica para o mercado chinês, no final de agosto de 2019, a IKEA China anunciou que concentraria os investimentos para se readaptar à nova demanda. Investiria mais de R$ 10 bilhões, em 2020, incluindo a criação do Centro de Inovação Digital IKEA China, abrindo canais diversificados e lançando a plataforma “Design para toda casa”.
Em 2021, suas vendas online aumentaram 45% em todo o mundo. Mais de 4 bilhões de visitas foram feitas ao site da empresa.
Em março de 2020, a IKEA entrou oficialmente na Tmall.com, plataforma para empresas chinesas e internacionais venderem online produtos para consumidores na China, derivado do Taobao, operado na China pelo Alibaba Group.
Um ano depois, em março de 2021, a IKEA fez o lançamento de loja no Wechat, que é um dos maiores aplicativos de mensagens autônomas para usuários, equipado com funções de compras. Em maio de 2022, a loja IKEA Tmall expandiu sua cobertura das regiões para 301 cidades e regiões.
“Muitas empresas têm um pensamento frio quando se trata de internacionalizar, pois querem criar um próprio ecossistema para atender às várias necessidades dos consumidores. Mas descobrimos que, de fato, cada contato online tem seu próprio valor único. A empresa chinesa Tmall, por exemplo, pode ajudar a IKEA a melhorar sua visibilidade, adequada para puxar novas demandas. E no wechat, por exemplo, os consumidores que baixarem o aplicativo podem ter uma experiência de compra mais completa na ferramenta”. Fato é que, apesar de um pouco tarde, essa entrada trouxe um crescimento significativo de desempenho para a IKEA.
De acordo com o relatório de desempenho divulgado pela Ingka Holding B.V., com sede em Leiden, Holanda, o maior distribuidor licenciado da IKEA, a IKEA China, está entre os cinco melhores do mundo em termos de crescimento de desempenho, e também é um dos 10 mercados em que o Grupo alcançou crescimento de vendas de dois dígitos em todo o mundo.
As vendas online da IKEA China aumentaram 74% em relação ao ano anterior, com 230 milhões de visitas aos seus próprios canais online no mercado chinês, e a taxa de contribuição dos canais online para o total de vendas chegará a 20% em 2022.
“As empresas precisam criar planos e colocar em prática, e se não houver por parte da sede a confiança e autorização, com certeza não haverá como implementar rapidamente uma nova ideia e forma de vendas”. Enfatiza Samara, da equipe Serpa.
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