A pandemia transformou os mercados nacionais, as empresas e o comércio internacional. É difícil, para não dizer impossível, citar um país que não tenha sido afetado pela crise sanitária que, por sua vez, se transformou em uma crise logística global. Com o mercado chinês não foi diferente.
Muitos portos internacionais, mesmo que bem organizados e auto suficientes, foram desafiados pela escassez de mão-de-obra nos últimos três anos. No início de 2022, um contêiner marítimo internacional saindo do porto de Xangai, carregando ferramentas, ficou parado no mar por três meses antes de poder ser descarregado no porto de Long Beach, na costa oeste dos Estados Unidos. Antes, a mesma viagem de carga não levaria mais de 50 dias.
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Mas o impacto da pandemia foi além da logística. Outros segmentos do mercado chinês foram amplamente afetados. Um dos principais, foi a Tecnologia da Informação e as big techs.
Desde o início de 2021, sob o pano de fundo da retomada do trabalho e da produção, a China propôs ter uma maior segurança e mais controle do sistema de TI na indústria de energia elétrica, telecomunicações, transporte, instituições financeiras, petróleo, indústrias aeroespacial, hospitalar e educacional.
O Estado chinês mudou as regras do jogo e isso atingiu quase diretamente a principal base de clientes das empresas estrangeiras prestadoras de serviços de TI na China.
Como grandes empresas estrangeiras se adaptaram a este novo mercado chinês? Confira.
As big techs estrangeiras na China
As chamadas Big Techs ou Tech Giants são grandes companhias que dominam o setor de Tecnologia da Informação, como Alphabet, Amazon, Apple, Meta e Microsoft, IBM e outras.
O principal motor dessas empresas é a inovação, pois sempre estão definindo novas tecnologias e serviços, constantemente atualizando produtos e dispositivos para atender todas as demandas.
Existem inúmeras big techs na China, não apenas estrangeiras, mas de origem chinesa – e não são apenas cópias. Mesmo com visões de negócio diferentes, a China emergiu no cenário mundial com um conjunto de empresas globais competitivas.
Segundo reportagem da Folha, cada vez mais, os modelos de sucesso estão sendo estudados e replicados em outros mercados, como o brasileiro. “Hoje, a China é representada por seis grandes empresas de tecnologia: Tencent, Alibaba, Baidu, ByteDance, Meituan e Didi Xuxing, que controlam dezenas de outras empresas que vão desde serviços de saúde até pagamentos. Por meio de superapps, usando apenas uma plataforma, um cidadão chinês pode fazer compras, realizar pagamentos, agendar consultas e conversar com amigos”.
No entanto, nossa intenção aqui é fazer uma reflexão sobre as big techs estrangeiras na China, para analisar como elas estão se adaptando a este novo mercado. Confira.
IBM
A IBM poderia sair da China, mas escolheu ficar. A equipe Serpa acredita que os motivos foram os dados a seguir: de acordo com a Administração Estatal de Regulação de Mercado da China, de 2012 a 2021, o número de empresas privadas na China cresceu de 10,857 milhões para 44,575 milhões, um aumento de 4 vezes em menos de 10 anos.
Também em 2021, 145 empresas chinesas se destacaram na lista da Fortune Global 500. As empresas chinesas assumiram presença nas primeiras posições da lista da Fortune Global 500, por dois anos consecutivos. E a IBM quer conquistar essas empresas que no passado não eram tão evidentes.
“O ambiente político e econômico global é turbulento, e as empresas multinacionais inteligentes não podem apenas olhar para os problemas de um mercado, nem têm que simplesmente ceder ao desânimo de que a era de ouro está passando. Em vez disso, eles devem estar mais preocupados com o que um mercado pode oferecer em seus negócios e, em seguida, jogar a seu favor”, salienta Samara Reis, da equipe Serpa.
Amazon
Um outro exemplo é o da multinacional Amazon. A empresa fechou o seu comércio eletrônico na China e encerrou as operações do seu E-reader Kindle, mas, por outro lado, a Amazon ganhou quase todas as encomendas de e-commerce de empresas chinesas para o exterior com atuação em diversos segmentos.
Do ponto de vista das empresas multinacionais, a Amazon conseguiu implantar a combinação perfeita e mais competitiva, que é colocar apenas uma equipe de vendas precisa no exterior, e equipes de pesquisa, desenvolvimento e serviços de alto custo podem ser colocadas no local da sede.
As empresas multinacionais que entendem as relações governo-negócios da China percebem que têm que investir nessa sinergia, já que um jogo ruim com o governo não é a forma mais inteligente de sobreviver no país.
Apple
A Apple, em 2017, concordou em manter os dados dos usuários chineses num banco de dados dentro da China na cidade de Guizhou. A decisão foi controversa no início, mas alguns anos depois, as afirmações dos países sobre a soberania dos dados foram amplamente aceitas.
Ao contrário do destino da empresa Google de escolher sair da China, hoje, a Apple domina quase toda a parte de equipamentos de alta tecnologia do seu setor no país.
Tesla
A Tesla tem a sua maior fábrica localizada em Xangai. E não é por causa da mão-de-obra barata, mas, sim, pela capacidade das políticas industriais do governo chinês. Sabe-se que as criações de novos centros das cidades chinesas são quase todos produtos do planejamento governamental, como a criação de polos industriais, os infinitos incentivos à imobiliária, e agora o foco são os veículos elétricos e semicondutores.
Plano de Cinco Anos e seus impactos no Mercado Chinês
A economia da China tem fortes atributos de planejamento. A cada cinco anos, o governo chinês formula o “Plano de Cinco Anos” ou “Plano Quinquenal”, uma forma de orientar o mercado chinês.
O setor financeiro foi umas das áreas a usufruir dos benefícios de tal política. A Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China anunciou a implementação das medidas de abertura a investimentos estrangeiros em companhias de seguros de vida de joint venture. E em janeiro de 2020, a empresa multinacional de produtos financeiros e seguros da Alemanha, Allianz, tornou-se a primeira holding de seguros totalmente estrangeira na China.
Também em janeiro de 2020, a empresa multinacional de seguros e finanças de Hong Kong fundada nos Estados Unidos, maior grupo de seguros de vida e títulos de capital aberto na Ásia-Pacífico, a AIA Group Limited, foi aprovada para ser reestruturada, tornando-se a primeira companhia de seguros de vida totalmente estrangeira no mercado chinês.
Em agosto de 2021, a instituição líder mundial em serviços financeiros e a terceira maior empresa do mundo, a JPMorgan Chase & Co., sediada em Nova Iorque, foi aprovada para se tornar a primeira corretora totalmente estrangeira.
Esses gigantes estrangeiros estão atualizando a sua identidade e participação. Claro que quanto mais poderosa for a política local, mais provável é que as empresas que não têm a capacidade de entenderem esse “jogo” se deem mal.
Pandemia não foi limitador de crescimento do varejo no Mercado Chinês
Uma empresa que também soube crescer na China foi a Uniqlo Co. Ltd., multinacional do Japão que cria, desenvolve e confecciona roupas casuais. Se tornou subsidiária da Fast Retailing, em 2005, e atua em mais de 18 países. É a terceira maior rede de fast-fashion do mundo, depois da Zara e da H&M.
De abril a julho de 2022, muitas cidades centrais da China foram profundamente afetadas pela pandemia, mas a Uniqlo ainda abriu 31 novas lojas, em Xangai, Pequim, Nanjing, Kunming e Qingdao, Shengzhou, Yueqing, Huainan e Jingmen.
Em Xangai, é possível ver também muitas marcas internacionais iniciando as operações de repente:
- A Oatly, especializada em leite de aveia, é uma marca de alimentos veganos com sede em Malmö, Suécia;
- A Allbirds, uma empresa neozelandesa americana que vende calçados e roupas, que é conhecida por seus materiais ecológicos e sua técnica de tecelagem;
- A Blue Bottle Coffee, uma torrefadora e varejista de café com sede em Oakland, Califórnia, Estados Unidos. Em 2017, uma participação majoritária na empresa foi adquirida pela Nestlé. É considerado um player importante no café da terceira onda, a empresa defende o café artesanal.
Conte com a Serpa China para explorar o Mercado Chinês
A China é uma das principais economias do mundo e vem adotando alto padrão de atuação no Comex. O mercado chinês, mesmo desafiador, apresenta inúmeras oportunidades de negócios para empresas estrangeiras.
No entanto, superar as barreiras geográficas, culturais e de língua com o país, continua sendo um desafio para as empresas brasileiras, além da compreensão sobre a dinâmica dos mercados na China.
A Serpa China tem conhecimento, experiência e know how para ajudar sua empresa nessa jornada de inserção no mercado chinês.
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