Exportação de café para China: conheça o mercado
A China tem se mostrado um grande mercado para o setor cafeeiro. Um país que é tradicionalmente consumidor de chás, aumentou seu consumo de café em mais de 16% ao ano. Muito disso se deve ao interesse dos jovens asiáticos pelo grão, o que abre portas para os produtores brasileiros de café, o maior exportador do grão no mundo.
De acordo com a Invest Export Brasil, a China mantém com o Brasil a “Parceria Estratégica Global” e, nos últimos anos, se firmou como potência econômica mundial e principal parceira comercial do Brasil. As exportações brasileiras para a China estão concentradas principalmente em minérios e “commodities” agrícolas.
Em 2016, mais de 70% do valor dos carregamentos do Brasil para a China foram representados por soja, minério de ferro e petróleo, a expectativa é de que o café passe a integrar o topo desta lista em breve.
Mesmo tendo uma organização política e econômica que difere de todos os outros países, a ascensão econômica de pequenas e médias cidades do país dão margem a possibilidades pouco exploradas para exportação e comercialização desse grão que já é tão consumido em todo mundo.
Exportação de café para China: compreenda os regulamentos
Ao pensar em como fazer a exportação, é preciso antes de tudo um olhar cuidadoso para os regulamentos. Brasil e China são parceiros, entretanto possuem políticas e regulamentações distintas.
Regulamentação Brasileira
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a exportação do café de produção nacional para o estrangeiro só poderá ser feita pelos portos e pontos do território nacional estabelecidos pelo Departamento Nacional do Café. Os regulamentos brasileiros de exportação podem ser encontrados em diversos manuais, o SEBRAE é extremamente qualificado e disponibiliza informações claras e exemplificadas, com fontes seguras de pesquisa.
As Principais etapas dos regulamentos são:
- Registro de estabelecimento exportador no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
- Documentação e ficha cadastral devidamente preenchida com a relação do(s) produto(s) da(s) etapa(s) da cadeia produtiva em que o agente atua (produção, beneficiamento, manipulação, empacotamento, armazenamento, transporte, processamento mínimo, semiprocessamento, processamento/beneficiamento, etc). A lista completa fica disponível no site do governo.
Feita toda parte de documentação e regularização, o exportador ainda fará as adequações em relação às características e informações de rotulagem para Café e seus subprodutos.
A exportação de Café e seus subprodutos requer rotulagem específica para produtos in natura (café verde) e para produtos industrializados (café em grão torrado e café torrado e moído). A regulamentação tem uma lista de etapas extensa, mas, é o que garante o êxito e consequentemente uma negociação lucrativa.
Regulamentação Chinesa
A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) publicou novas regras de importação alimentícia no início de 2021, normas aplicáveis à exportação de café.
Os documentos exigidos variam a depender do tipo específico de café – torrado, não torrado ou solúvel.
Estes são alguns documentos da lista:
- Certificado de Origem;
- Certificado Sanitário;
- Certificado de Venda Livre (CVL);
- Tabela de Composição de Alimentos;
- Rótulo na versão eletrônica;
- Foto da embalagem do café importado;
- Procedimentos de fabricação em chinês e inglês;
- Certificado da data de fabricação e prazo de validade;
- Recibos, contratos comerciais e lista de embalagem.
Todas as informações mais detalhadas podem ser lidas em um manual da Invest Export Brasil.
Exportação de café para China: defina o modo
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre mercado e regulamentação, é preciso definir o modo de exportação, que pode ser feito de três maneiras:
- direto para o cliente final;
- por meio de um intermediário chines;
- para uma LLC de propriedade da empresa brasileira.
Abaixo, detalhamos um pouco mais cada uma delas.
Exportação direta para o cliente final
A exportação direta para o cliente final permite que você desenvolva diretrizes e estratégias comerciais com mais autonomia, você pode negociar com seus parceiros estrangeiros e definir a melhor forma de vender o seu produto.
Entretanto, a responsabilidade é maior, pois fica a cargo da sua empresa todos os trâmites burocráticos. Exige também um conhecimento maior de comércio exterior.
Exportação por meio de intermediário chinês
A exportação por meio de intermediário chinês é vantajosa quando há pouco conhecimento do mercado e do cliente final. A empresa intermediária já possui conhecimento e experiência em comércio exterior e é ela a responsável pelas operações de exportação.
Exportação para uma LLC de propriedade da empresa brasileira
Essa modalidade proporciona ao empresário a possibilidade de estabelecer uma presença física da empresa brasileira em território chinês.
É uma ótima opção para quem quer ter mais controle dos negócios; permite participação ativa nos processos de venda, distribuição e comercialização do produto. A longo prazo, é a melhor escolha para quem quer se posicionar e se firmar no mercado internacional.
Exportação de café para China: analise a viabilidade
Analisar a viabilidade de exportação de café para a China é importante para garantir o sucesso da operação. E isso depende da escolha do tipo de exportação, direta ou indireta, e os aspectos básicos da logística, que vão de custos, fretes, seguros, taxas alfandegárias, tributos aduaneiros e taxas de câmbio.
Conhecer o mercado e os concorrentes também fazem parte da análise de viabilidade, e contratar uma empresa de consultoria em comércio exterior para auxiliar em todas as etapas do processo facilita a viabilidade da exportação.
Exportação de café para China: adeque os processos
Antes de exportar o café, será necessário conferir lá na lista de regulamentação quais as adequações necessárias a qual seu produto irá passar. Aqui quatro categorias das mais importantes:
- Produção: No que diz respeito a padronização da produção do produto, que vai desde a fertilização e colheita, a secagem e moagem. Os lotes precisam estar em harmonia e com uma padronização de qualidade e características antes de prosseguir a exportação.
- Armazenamento: O armazenamento impactará na qualidade do produto no seu destino final, tendo em vista que as sacas de café, seja em grão ou moído, podem ficar muito tempo em determinado local. A preocupação com relação à umidade, temperatura, oxigênio e exposição à luz são fatores de impacto na qualidade do produto até chegar ao destino final.
- Embalagem: Há normas a serem seguidas sobre o material da embalagem de acordo com como o café será exportado – grão, moído, solúvel, etc.. Estão todas descritas no manual do SEBRAE citado no início do artigo.
- Rotulagem: A rotulagem também segue as normas e regulamentações explicitadas no manual e se difere basicamente em café In Natura (grãos verdes), em que é preciso especificar o tipo, a classe, subclasse após a análise de amostras, e Industrializado (torrado, torrado e moído), tendo que indicar a legislação reguladora de aditivos que o fabricante utiliza, assim como a adequação da quantidade utilizada.
Marcas que conseguiram se estabelecer nesse ambiente desafiador
Quando iniciado um estudo de mercado para exportar um produto, é comum a pesquisa pelos cases de sucesso, empresas que lograram êxito no segmento que você vai atuar. Abaixo algumas empresas que se destacaram nesse ambiente desafiador e hoje são consolidadas no mercado Chinês.
- Nestlé: Instalou duas fábricas na China e, além de confeitos, água mineral e leite em pó, desenvolveu um Centro de Café na cidade de Pu’er, na província de Yunnan, que conta com um instituto de cultivo de café e um centro de experiência do consumidor.
- Starbucks: A queridinha dos amantes de café em todo o mundo, a maior Starbucks do mundo está localizada em Xangai. Na unidade, o cliente pode conhecer técnicas centenárias de preparação de café, assistir à torra do grão ao vivo, experimentados pela realidade virtual. Além de comidas e cafés, os clientes podem comprar lembranças do local, que variam de camisetas até bicicletas.
- Luckin: A versão chinesa da Starbucks é a startup Luckin Coffe, fundada em 2017 e avaliada em mais de 2,2 bi. Tem como diferencial a comodidade e bebidas sofisticadas custando um terço do valor da concorrência.
Para completar a lista de empresas do segmento que se firmaram no mercado Chinês, temos a Seesaw, pioneira na China no mercado de cafés especiais; a Secre Coffee, especialista em café instantâneo e concorrente direta da Nestlé nesse nicho; e a Tim Hortons, famosa cadeia canadense de café e rosquinhas que abriu sua primeira loja em Xangai, expandiu rapidamente e já conta com mais de 200 lojas pelo país.
Exportação de café para China: conecte-se com o mercado chinês
É importante construir e desenvolver relações para o longo prazo. Comunicação intensiva e próxima ao campo é essencial para estabelecer uma relação sólida e proveitosa. Para abocanhar sua fatia do mercado, é preciso se conectar ao mercado e estar atento às tendências e novidades.
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